sexta-feira, 29 de março de 2013

Idílio





IDÍLIO

Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;

Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longo, no horizonte, amontoadas:

Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão e empalideces

O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.

Antero de Quental


2 comentários:

  1. Um idilio maravilhoso, uma excelente escolha. Embora já no final do período quaresmal venho para desejar que a Páscoa lhe traga o renascer de tudo de bom.
    Beijinhos
    Maria

    ResponderEliminar
  2. OLá Maria há quanto tempo!

    Pois é, já passou o tempo Pascal mas a Ressurreição é para todo o sempre.
    Obrigada pela visita.

    Beijinhos.

    ResponderEliminar

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