quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Medo







O Medo


Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.

É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.

Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?

Manuel António Pina, in "Nenhum Sítio"


Ler mais: http://visao.sapo.pt/morreu-manuel-antonio-pina=f692237#ixzz2ADZWs1Ai




.

.


Related Posts with Thumbnails

Número total de visualizações de páginas