Eu tive um sonho, José, que não pude decifrar…
Celebravam o Natal, sem nosso filho chamar.
Uma grande e linda festa, as pessoas preparavam,
Mas do nosso menininho, elas nem mesmo lembravam.
Decoraram e iluminaram, a casa, com grande pompa!
Gastaram muito dinheiro, fazendo uma enorme compra!
Engraçado, mas não vi, presentes pro nosso filho,
Entre todos os pacotes, enfeitados com fitilho…
Muitas bolas coloridas, na árvore penduradas,
- Coitadinho do pinheiro, teve a raíz arrancada! -
Um anjo, bem lá no alto – esse sim, gostei de ver,
Lembrei da anunciação, antes de Jesus nascer!
Ao trocarem os presentes – melhor mesmo que eu não visse
Nem falaram em Jesus, como se não existisse!
Celebrar aniversário de alguém que não está presente…
Você entende, José? Não é pra ficar doente?
Acho mesmo que meu filho, ficaria tão confuso…
Se aparecesse na festa, o achariam “um intruso”!
Não ser desejado, é triste, depois do grande calvário…
Dando a vida pelo irmão, num triste e cruél cenário!
Ainda bem que foi sonho… pois muito triste seria,
Ele voltar para a Terra, sentir que ninguém queria!
Mais um Natal, este, agora, em que eu iria dar à luz,
Sem saber se o povo entende, a grandeza de Jesus!
*** MÍRIAN WARTTUSCH ***
sábado, 25 de dezembro de 2010
O Sonho de Maria
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Cortina
Peço-te que feches
a cortina
e à sua sombra já estremeço nua
a cortina
e à sua sombra já estremeço nua
Vens-me cobrir o frio
com o teu calor
e à nossa roda já tudo flutua
com o teu calor
e à nossa roda já tudo flutua
Maria Teresa Horta
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Respiro o teu corpo...
Respiro o teu corpo: sabe a lua-de-água ao amanhecer, sabe a cal molhada, sabe a luz mordida, sabe a brisa nua, ao sangue dos rios, sabe a rosa louca, ao cair da noite sabe a pedra amarga, sabe à minha boca. Eugénio de Andrade
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Em Todas as Ruas te Encontro...
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
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