quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Quando tudo está perdido...







Quando tudo está perdido 
Sempre existe um caminho 
Quando tudo está perdido 
Sempre existe uma luz 
Mas não me diga isso 
Hoje a tristeza não é passageira 
Hoje fiquei com febre a tarde inteira 
E quando chegar a noite 
Cada estrela parecerá uma lágrima 
Queria ser como os outros 
E rir das desgraças da vida 
Ou fingir estar sempre bem 
Ver a leveza das coisas com humor 
Mas não me diga isso 
É só hoje e isso passa 
Só me deixe aqui quieto 
 Isso passa 
Amanhã é um outro dia não é 
Eu nem sei por que me sinto assim 
Vem de repente um anjo triste perto de mim 
E essa febre que não passa 
E meu sorriso sem graça 
Não me dê atenção 
Mas obrigado por pensar em mim 
Quando tudo está perdido  
Sempre existe uma luz 
Quando tudo está perdido 
Sempre existe um caminho 
Quando tudo está perdido 
Eu me sinto tão sozinho 
Quando tudo está perdido 
Não quero mais ser quem eu sou  
Mas não me diga isso 
Não me dê atenção 
E obrigado por pensar em mim 

Renato Russo



(O caminho é infinito!
A Via Láctea é uma linda canção, é uma canção triste e ao mesmo tempo é uma mensagem de coragem onde Renato Russo a beira de sua morte estava convicto de que haveria um caminho pra ele. Renato nos mostrou nessa linda canção que nem mesmo a morte nos deixa sem um caminho, ele acreditava que o caminho para ele era a luz ''Quando tudo está perdido sempre existe uma uma luz'' Pra você que está vivo, tem saúdee mesmo assim pensa que tudo está perdido ele deixou essa mensagem: ''Quando tudo está perdido sempre existe um caminho'' Portanto, sempre existirá um caminho, porque nem mesmo o fim da vida é o fim de umcaminho.)








Fotopanorama

Fotopanorama

domingo, 25 de agosto de 2013

Retrato Ardente






RETRATO ARDENTE


Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

Eugénio de Andrade




quinta-feira, 18 de julho de 2013

Em todas as ruas te encontro...








Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.

MÁRIO CESARINY, in PENA CAPITAL (1957), (Assírio & Alvim, 2004)



segunda-feira, 29 de abril de 2013

As Janelas...


Acuarela "Janelas de Lisboa" de autoria de Inês Spurguitti.



AS JANELAS...

Sempre fui
de abrir janelas.
As minhas janelas são grandes
e muito transparentes .
Já abri tantas.... mais do
que as que fechei.
São janelas viradas para o mundo
para o sonho
também para a realidade.
As minhas janelas abrem-se naturalmente,
não as empurro ....
simplesmente
abrem-se,
vejo e sinto
que o que se me depara é diferente
em cada uma.
Sonhos, realidades dispersas,
crueldades
e amor.....
Quando me debruço nelas
para ver o que se me depara
guardo sempre algo ,
e afasto o que nada
tem a ver comigo....
sempre acontece.
Contudo há
um cruel desafio
nunca conseguir chegar
onde mais desejo
que é a minha procura de sempre
a linha do horizonte ou seja a utopia.
Consola-me que tenha sempre
janelas para abrir.


YOLANDA BOTELHO




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